Grande aliada em tempos de lockdowns e pandemias, a telemedicina facilita a vida dos pacientes, contribui para que doenças infectocontagiosas não sejam disseminadas, e ainda traz economia para as clínicas

A telemedicina é uma realidade nas clínicas e hospitais dos mais diversos portes. Tanto na rede pública, quanto na privada, há alguma forma de telemedicina sendo praticada. Com a pandemia e os lockdowns, esse processo de atendimento médico a distância ganhou força. E tudo indica que, daqui pra frente, ganhe ainda mais espaço.

Neste artigo, você vai ver:

  • A economia da telemedicina nas clínicas;
  • Como ela se desenvolveu no Brasil e no mundo;
  • Outras vantagens da telemedicina.

O que é telemedicina?

Telemedicina é a junção de duas palavras: Tele (distância) e Medicina. Em resumo, seria a prática da medicina a distância. Hoje em dia, é possível praticar a telemedicina nas clínicas de várias maneiras. O meio mais comum seria numa conversa virtual com o paciente, onde o médico ouve o que a pessoa tem a dizer e, com base nesse relato, faz o encaminhamento necessário: solicitar exames complementares, receitar algum medicamento, orientar, etc.

Como ela se desenvolveu mundo afora 

Há relatos da prática de telemedicina desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando médicos em campo de batalha passavam orientações a outras pessoas via rádio. Nessas ocasiões, a orientação de um médico podia significar vida ou morte para o paciente. 

Não eram raras às vezes em que um profissional operava um ferido, enquanto, por rádio, explicava a alguém sobre como estancar um sangramento de outro combatente.

Outros avanços vieram com a corrida espacial. A Nasa (Agência Espacial Americana), por exemplo, fez uma série de testes para aperfeiçoar a telemedicina. A preocupação nesse caso era a seguinte: monitorar as condições de saúde dos astronautas. Outro marco foi em 1967, quando o Hospital Geral de Massachusetts, em parceria com o aeroporto de Boston, criou uma linha direta de comunicação para que todos os atendimentos emergenciais feitos no aeroporto contassem com auxílio da equipe médica do hospital.

E no Brasil?

Por aqui, a telemedicina começou a ganhar força na década de 1990, com o uso de videoconferências em alguns procedimentos. Mas só em 2002 que começaram a surgir as primeiras regulamentações da prática, inclusive com a criação do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde. No mesmo ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a resolução 1.643/2002, que “define e disciplina” a prestação desse serviço.

Em 2020, por conta da pandemia, foi sancionada a Lei 13.988/2020, o que deu um peso legal a mais para o uso da telemedicina durante todo esse período de crise sanitária.

O que não pode ser feito no Brasil?

As legislações sobre telemedicina variam de país para país. No Brasil, o atendimento precisa ser feito em plataformas virtuais que assegurem a privacidade do paciente, conforme a resolução 2.227/2018. WhatsApp, Skype e afins são desaconselhados!

A clínica, por sua vez, precisa ter um sistema de prontuário eletrônico com a certificação de segurança NGS-2 da SBIS-CFM. Os médicos também não estão autorizados a atender paciente que reside em outro estado e “nos atendimentos por longo tempo ou de doenças crônicas, é recomendado consulta presencial em intervalos não superiores a 120 dias”.

A importância da telemedicina em contextos de pandemias

Em contextos de pandemia, em que o contato pessoal é desencorajado, a telemedicina tem um papel fundamental: ela ajuda a conter a propagação das doenças infectocontagiosas.

Pense na seguinte situação: uma pessoa acordou com uma leve indisposição e está sem apetite. Se ela vai ao médico presencialmente para ver o que está acontecendo, corre o risco de estar se expondo a novos vírus e bactérias. Mas se o atendimento é feito online, o médico pode perfeitamente analisar a situação e receitar algo. Tudo com segurança!

Mas como a telemedicina traz economia nas clínicas?

Sim, a telemedicina pode trazer economia às clínicas. Por exemplo: 1) menor uso de papel (já que o receituário será online); 2) a depreciação de equipamentos/mobiliário será mais lenta, uma vez que haverá menos pacientes utilizando os espaços físicos; 3) o consumo de materiais de escritório vai diminuir - já que o atendimento será online; 4) fora a redução da conta de água e energia, afinal, pacientes também consomem esses recursos.

Outras vantagens

Mas as vantagens não param por aí. Ao contrário! Elas beneficiam a todos. Como pontuou Jamil Cade para o site da Federação Brasileira de Hospitais, “a telemedicina, tanto no teleaconselhamento, telemonitoramento e teleconsulta, pode contribuir favoravelmente para o acesso, acompanhamento e promoção da saúde, na manutenção da linha de cuidados, no engajamento dos pacientes e, na ponta final, na redução de internações, sequelas e óbitos. Como resultante, há uma geração de valor com impacto econômico e social”.

Distância Vs. Humanização 

Alguns falam que a telemedicina “esfria” o contato médico-paciente. Os lockdowns pelos quais passamos mostraram justamente o contrário: a telemedicina pode ser um aliado na aproximação do médico com o paciente. E vale lembrar que atendimento humanizado não é sinônimo de atendimento presencial. Aliás, não é a presença física que determina se um atendimento é humanizado ou não, mas sim a atitude do profissional de saúde.

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