5 exemplos de sustentabilidade hospitalar na prática
Área Médica
A sustentabilidade já não um tema a ser tratado como algo do futuro, a longo prazo.
E os hospitais não ficam de fora dessa nova regra, afinal, a sustentabilidade, na área da saúde, não pode ser levada como modismo, mas sim como algo sério a ser tratado tanto estruturalmente quanto na conscientização de todos.
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que as casas hospitalares no Brasil são responsáveis por cerca de 10% do consumo nacional de toda energia comercial.
Por isso, levantamos 6 estratégias de sustentabilidade hospitalar que você deve considerar implantar na sua instituição.
1. Arquitetura sustentável
Para se ter uma ideia da importância da arquitetura sustentável, especialistas dizem que uma construção nestes moldes, voltada aos espaços hospitalares, ajudam no bem estar dos pacientes. Lembrando que as execuções devem interferir minimamente possível na vida dos colaboradores e dos clientes.
Entre os pontos a serem destacados em um projeto estão o descarte correto do lixo, riscos de contaminação e até mesmo o uso da energia. Tudo pensado para diminuir o impacto ambiental.
Existe, atualmente um órgão responsável por atestar as edificações clínicas como sendo hospitais sustentáveis, conhecido mundialmente como Green Building Council, ou GCB.
A entidade tem tanta relevância no meio, que chegou a criar uma certificação que compreende as necessidades próprias a um hospital, o LEED® for Healthcare.
No Brasil, seguindo todas as práticas sustentáveis, em abril de 2014, foi inaugurada a Torre E do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Esse é o mais novo prédio do complexo hospitalar, que é ambientalmente certificado por conta das técnicas utilizadas em sua construção. Tanto, que o empreendimento com 17.650 m², conquistou a certificação LEED® BD+C de nível Gold.
Vale lembrar que, as estruturas e espaços construídos com o foco em sustentabilidade social, ambiental e econômica, desde a sua ideia, até a operação em si, é chamada de Green Building.
Edificações que seguem esta nova tendência, costumam ter diversos benefícios e percorrem valores econômicos, sociais e ambientais, entre eles pode-se destacar a redução dos custos operacionais, a diminuição dos riscos regulatórios, a valorização do imóvel, ganho de velocidade de ocupação e retenção de ocupantes. Há ainda a modernização e uma menor obsolescência da edificação.
2. Descarte de resíduos
Separar o lixo corretamente é tarefa básica em qualquer local, seja em casa ou no trabalho. O volume destes resíduos gerados em um hospital é bastante grande e, por isso, precisam da devida atenção. O lixo orgânico pode ser destinado a composteiras e o lixo seco deve ser reciclado.
Já o descarte de resíduos hospitalares precisa de cuidado redobrado. Deve-se excluir o risco de eventuais contaminações com mercúrio, chumbo ou cobre, por exemplo. Além de tudo, é necessário criar uma consciência coletiva dos funcionários e, assim, uma rotina de descarte correto dos resíduos.
Há instituições hospitalares que ainda utilizam os exames radiológicos em filme. Entretanto, estes exames em filme possuem uma série de componentes químicos prejudiciais a saúde e ao meio ambiente: Metanol, Plástico, Amônia, Prata e Bromo.
Uma composição altamente perigosa e, além disso, os pacientes, infelizmente, ainda não se conscientizaram do descarte correto deste material.
Como alternativa, os hospitais podem adquirir um sistema de digitalização dos exames de imagem, o que irá gerar a redução na repetição de exames e diminuição do consumo dos reveladores e fixadores de filmes, produtos que contém substâncias químicas em sua composição, como a prata.
A radiologia digital pode sim diminuir custos, aumentar a produtividade e até mesmo reduzir erros médicos. Hoje o sistema de radiologia tem a seguinte sistemática: faz-se a revelação do exame, o enxague, fixação, lavagem final e secagens da imagens.
O Hospital e Maternidade Dr. Carlos Corrêa, de Florianópolis é destaque no uso de métodos que visam conscientizar colaboradores e clientes. A instituição aplica diariamente conceitos sustentáveis como o descarte correto dos materiais.
3. Outsourcing de impressão
Diversos hospitais pelo Brasil têm utilizado a técnica que vem crescendo e ganhando adeptos diariamente, o outsourcing de impressão. O sistema nada mais é do que a locação de impressoras, scanners, multifuncionais e outros equipamentos relacionados à impressão.
O aluguel das impressoras ajuda a diminuir os custos que a impressão gera à empresa e ainda facilita o gerenciamento dos equipamentos. A economia pode chegar a até 30%.
4. Preocupação com papel
Quando o assunto é impressão, imediatamente lembramos do uso do papel. De acordo com levantamento feito pelo portal "Two Sides", o Brasil possui um volume expressivo de recuperação de papéis, que são coletados após o uso e convertidos em novos produtos que retornam para a cadeira de consumo. Desde 2015, de acordo com a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), a taxa de recuperação em volume de papel reciclado sobre o total de papel que entrou no mercado brasileiro foi de 61%.
Em relação a sustentabilidade hospitalar, a preocupação é justamente em diminuir a quantidade de insumos e reciclagem de materiais que são produzidos.
É preciso ter a consciência da redução dos desperdícios, a conservação dos recursos naturais e a eliminação do uso de substâncias tóxicas, encontradas em tonners e tintas, que infelizmente, podem ser erroneamente descartados e podem parar em rios e no solo.
O seu fornecedor de impressoras deve sempre garantir o destino correto deste materiais.
5. Novas tecnologias
Os produtos orgânicos estão cada vez mais inseridos no dia a dia dos hospitais sustentáveis e fazem parte do cotidiano. A utilização e produtos de limpeza biodegradáveis é uma medida simples, mas muito eficaz, que diminui o acúmulo de substâncias tóxicas à natureza.
Além de serem amigos do meio ambiente, estes produtos ajudam na economia da instituição. Eles costumam render mais, limpam com eficiência e diminuem as chances de alergias ou lesões na pele pela sua baixa ou nula abrasividade química.
Outro ponto sustentável e que está em alta é o recolhimento do óleo de cozinha. O hospital poderá fazer uma rede de captação do produto estabelecendo parcerias entre os colaboradores e os pacientes. Ainda, sendo possível, vender o material para arrecadar recursos à instituição.
O uso do ar condicionado também deve ser racionalizado. Os hospitais precisam periodicamente fazer a manutenção da rede elétrica do prédio. Evitando, assim, uma sobrecarga e facilitando a distribuição correta da energia. Os aparelhos condicionadores de ar também precisam passar por manutenções, além claro, da troca de modelos antigos, por novos, que economizam energia.
Extra: Exemplo de hospital sustentável
Sustentabilidade tem tudo a ver com o consumo de água. Afinal, é preciso preservá-la com consciência. Uma das maneiras mais eficazes de racionamento da água é através da criação de tanques em pontos estratégicos. Este locais armazenam a chuva, que, em seguida, fluirá por um sistema de bombas para ser distribuída. Assim, será possível lavar pátios e fazer o tratamento do jardim sem causar impactos.
Um exemplo de uso correto e consciente da água é do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. A equipe da instituição focou em reutilizar o recurso potável para suprimentos sanitários, e também, adotar padrões de irrigação que reduzem a necessidade de água potável.
Os pacientes internados precisam de cuidados nutricionais, seja qual for a recuperação. E uma maneira prática e eficiente de ser sustentável neste ponto é a criação de uma área de compostagem dos alimentos utilizados como, por exemplo, cascas de legumes, frutas e verduras, que poderão virar adubo.
Pode-se, assim, criar uma horta orgânica na casa hospitalar, produzindo o próprio alimento que será consumido por todos.
Uma das maneiras de economizar energia elétrica, ou à gás, é a instalação de placas para captação de energia solar. O sistema hoje já é utilizado por instituições em toda construção, ou apenas em pontos específicos como o aquecimento da água do chuveiro. É importante criar um planejamento para conhecer a necessidade da quantidade de placas a serem instaladas em cada local. Desta forma, cria-se eficiência energética aliada a sustentabilidade.