autor julio
data 10 de março de 2020

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher convidamos você para conhecer uma história inspiradora.

Nadar contra a maré em prol de suas próprias conquistas não foram um problema para Edith Wharton. Mulher, escritora, doutora pela Universidade de Yale e membro pleno da Academia Americana de Artes e Letras no século XIX foi algumas das façanhas da autora.

Essa mulher que nos inspira, é natural de Nova Iorque, Edith Wharton, nasceu em uma família de classe alta e foi a caçula com dois irmãos mais velhos. Apesar de nascer nos Estados Unidos, Edith passou a infância na Europa. Desenvolveu seu idioma na França, Alemanha e Itália.

Em sua passagem pela Europa, Edith Wharton, enriqueceu sua apreciação pela literatura. Tornou a biblioteca do pai o seu lugar preferido da casa.

Aos 16 anos, sua paixão por livros fez com que Edith começasse a escrever poemas e, Verses, foi o primeiro publicado em particular.

Considerado um casamento tardio na época, Edith encontrou Edward Robbins Wharton e se casou aos 23 anos.

Morando em Newport com seu marido, Edith Wharton desenvolveu suas habilidades em design. Isso resultou em seu primeiro livro de sucesso, The Decoration of Houses, em co-autoria com o arquiteto Ogden Codman, Jr.

A publicação abordava o tema design e arquitetura. Trouxe uma nova abordagem sobre o estilo arquitetônico da época. Além disso, apontava o estilo vitoriano como inadequado.

Junto com seu marido, a escritora morou em Newport por dez anos. Essa década marcou sua carreira como escritora, com as obras The House of Mirth (1905) e Ethan Frome (1911).

The House of Mirth (A Casa da Alegria) – 1905

A obra de ficção escrita por Wharton conta a história de uma garota nomeada, Lily Bart.

Com uma condição financeira ruim, a moça de 29 anos precisa encontrar um marido rico para se encaixar em uma elite social de Nova Iorque. E para manter seus hábitos como roupas caras e jogos de azar.

Além de dinheiro, Lily também busca amor, fazendo com que a tarefa de encontrar um marido leva mais tempo. Enquanto isso, a moça se torna fofoca e alvo de preconceito por estar muito tempo solteira.

Além de contar a história de Lily, a autora também desenha muito bem o cenário da época. Ilustrou a sociedade em transição, em que as velhas certezas de costumes, moral e família desapareceram em uma Nova Iorque em mutação.

A obra foi publicada em outubro de 1905 e ganhou elogios da crítica. Tornou-se um dos livros mais vendidos e, atualmente é considerado uma das sátiras sociais mais bem-sucedidas de Edith Wharton.

Ethan Frome – 1911

O livro Ethan Frome se passa na cidade fictícia de Starkfield, e conta a história do homem que dá nome ao livro.

Com aproximadamente 50 anos, Ethan Frome é um homem discreto e calado. Uma das suas características físicas que chama atenção é o seu andar coxeando. A partir do primeiro capítulo, o livro conta a história de Ethan desde a adolescência.

No prefácio do livro, Edith Wharton, deixa claro que não irá florear a história de Ethan Frome, dando cada detalhe de seus sentimentos e realidades sobre um romance vivido fora do casamento.

Ethan também explica que o amor não será retratado como um elemento salvador mesmo representando uma faísca calorosa, a história passa sempre a percepção realista.

Edith Wharton: Mulher, escritora e além

Após firmar sua carreira como escritora e aplicar sua paixão por arquitetura e design na sua própria casa, Edith se divorciou de Edward Robbins Wharton em 1913. Isso resultou em uma mudança permanente para a França.

Um ano mais tarde a Primeira Guerra Mundial se alastrou e dentro das suas possibilidades de rica e famosa, Edith Wharton poderia ter optado pela segurança de se mudar para a Inglaterra ou retornar aos Estados Unidos. Mas essa não foi a escolha da autora.

Além de ficar em Paris, Edith criou uma rede de organizações humanitárias e de caridade.

Nesse sentido, deu a oportunidade de trabalho para costureiras desempregadas. Lares para quem estava sofrendo com doenças como tuberculose, locais de refúgio e escolas para crianças. Além de adultos vindos da Bélgica, local devastado pela guerra.

Com os projetos, a escritora testemunhou as realidades da guerra, o que a fez receber a Legião de Honra francesa por seu trabalho.

Depois da guerra, a escritora se mudou para uma vila suburbana da França, que hoje possui uma rua com o seu nome.

Edith Wharton a primeira mulher a receber o Prêmio Pulitzer

Mais uma obra que entrou para o grupo de best-seller da autora, foi o livro The Age of Innocence (A Era da Inocência), publicado em 1920.

Além do sucesso com os leitores a obra rendeu para a autora o Prêmio Pulitzer, um dos maiores e mais conceituados na área de jornalismo, literatura e composição musical.

Além de carimbar a obra da autora com o selo do prêmio, o significado do Pulitzer para Edith Wharton foi muito maior já que a escritora foi a primeira mulher a receber o prêmio de literatura.

The Age of Innocence (A Era da Inocência) – 1920

Depois de conhecer a história de Edith Wharton, há quem diga que The Age of Innocence possui características de uma autobiografia.

Ou seja, a autora traz os recortes da sociedade em que viveu em sua adolescência para usar como plano de fundo na história sobre um casamento e a separação no século XIX.

Nesse sentido, o livro mostra a realidade do comportamento das pessoas com Ellen. Ela tomou decisões em seu casamento fora dos padrões da época. Mas uma história contada no livro é a do personagem protagonista, Newland Archer, que é noivo mais se vê encantado por outra mulher.

Depois da separação, Ellen segue sua vida, mas é mal vista pelos amigos, familiares e conhecidos. Durante acontecimentos, a autora ressalta o que existe de ruim dentro das pequenas sociedades, suas preocupações fúteis e o apreço pela discrição, antes mesmo da felicidade pessoal de cada um.

Autora de The Age of Innocence , Ethan Frome e The House of Mirth , Edith escreveu mais de 40 livros em 40 anos.

Da mesma forma, incluía obras autorizadas sobre arquitetura, jardins, design de interiores e viagens.

Sua carreira também foi enaltecida pelas suas obras e conquistas, mas claramente a escritora estava pensando sempre a frente do seu tempo.

Em resumo, Edith Wharton inspirou muitas pessoas, principalmente o empoderamento da mulher, a fazer e ser o que elas desejavam ser. Seus livros clássicos são lidos por todas as gerações e ainda são enaltecidos.